Por Ana Gabriela Brito Melo Rocha, na Carta Capital.
Mais do que terror! Confesso sentir profunda tristeza em relação ao notado aumento avassalador da violência, em todas as suas formas, e à normalização desta no cotidiano nacional. Há algum tempo, tento compreender o processo de desumanização e satanização do diferente, que autoriza atos fundados no não reconhecimento do outro como pertencente à sociedade, atos que se destinam à eliminação do estranho, ainda que no plano do simbólico. Envolvida em estudos sobre comunicação não violenta, mediação e justiça restaurativa, impossível não enxergar o liame entre a perda da nossa capacidade de diálogo, de criação de pontes com os interlocutores, e a barbárie que nos ronda.