Por Marina Azambuja
O Coletivo Transforma MP emitiu uma nota nesta quarta-feira, 16, repudiando o desmonte da Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados. No início do mês uma reportagem no site Carta Capital denunciou as reformas no Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), órgão responsável pela preservação documental de relevância pública, cuja mudanças podem afetar o armazenamento e descarte de arquivos importantes da história do país, inclusive os que foram produzidos durante o período ditatorial.
O Coletivo Transforma MP destaca que a admissão de pessoas não profissionais e a falta de instrução para descartar os registros, podem acarretar em prejuízos para a sociedade brasileira, que nunca reparou as injustiças e suas consequências que ocorreram no passado.
“Os arquivos públicos sempre foram uma fonte essencial para a compreensão de nossa história. Mais do que matéria de estudo acadêmico, servem como meio para um ajuste de contas com a própria história e suas mazelas. Para reparar é preciso primeiro conhecer. Para conhecer é preciso acesso às informações. O exemplo mais notório é a própria publicação do livro Brasil Nunca Mais – que fundamentadamente expôs os crimes do Estado Brasileiro, valendo-se de extensa pesquisa documental em arquivos públicos. Já disse Edmund Burke “Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la”. Acrescentamos: será sempre manipulado pelas elites dominantes. Vale observar que a própria existência dos documentos não pode ser considerada “ameaça” a quaisquer interesses políticos – mas como bases para exames técnicos e embasados em fatos, de forma a garantir um debate qualificado e narrativas que vão além das mera fake news”.