Por Élder Ximenes, na Carta Capital.
O revolucionário e filósofo Antônio Gramsci1 – preso político no regime fascista de Roma há pouco tempo, odiava os indiferentes. Para ele viver “quer dizer tomar partido. Quem verdadeiramente vive, não pode deixar de ser cidadão e partidário. A indiferença e a abulia são parasitismo, são covardia… o peso morto da história”. O revolucionário e rabino Jesus Cristo2 – preso político no regime imperial de Roma, há muito, também os desprezava: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente…! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca”. Raul Hilberg3, o maior historiador do holocausto nazista denunciou: A neutralidade equivale a nada, além de ajudar o lado mais forte em uma luta desigual. Nosso Guimarães Rosa, também revolucionário4, disse melhor, pois era artista: “O correr da vida (feita de poucas certezas e muitos dar-se um jeito) embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.