Nota: Transforma MP repudia violência contra Marcelo Arruda

O Coletivo Por um Ministério Público Transformador vem a público prestar condolências e solidariedade à família de Marcelo Arruda, Tesoureiro do PT e Guarda Municipal em Foz do Iguaçu, assassinado a tiros por Jorge Guaranho, Agente Penitenciário na mesma cidade.

 Embora as circunstâncias do crime ainda não sejam todas conhecidas, o que de certo se sabe é que Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, da qual Guaranho era um dos diretores. O tema da festa era o PT, e a decoração do ambiente continha bandeiras e cores do partido, além da foto do ex-Presidente Lula. À certa altura da festa, Guaranho invadiu o local e, gritando “aqui é Bolsonaro”, disparou contra Marcelo Arruda, que revidou os tiros e conseguiu ferir o agressor.

Diante dessa tragédia provocada por divergências políticas, e do risco de tragédias semelhantes ante a iminência das eleições presidenciais, é importante fazer um apelo à não-violência e à possibilidade do diálogo entre pessoas que discordam sobre temas fundamentais. Se ainda desejamos construir uma democracia, devemos renunciar à violência e aceitar que as questões fundamentais da vida em sociedade sejam decididas por meio do diálogo e do voto. Devemos reconhecer nossos adversários políticos não como inimigos que devem ser eliminados, mas como pessoas que merecem consideração e respeito. E devemos nos abrir cada vez mais ao diálogo. O diálogo é sempre um discurso de paz e não de guerra. Como lembra o filósofo italiano Norberto Bobbio, “a ética do diálogo se contrapõe à ética da potência. Compreensão contra prepotência. Respeito ao outro como sujeito contra o rebaixamento do outro a objeto”. 

Necessário, porém, reconhecer que a tragédia foi anunciada e incentivada. Efeito da reiteração e da normalização dos discursos de ódio voltados contra as pessoas e práticas identificadas como “de esquerda” ou simplesmente favoráveis aos direitos humanos. Todavia, ainda é tempo de evitar sua repetição, mantendo a defesa intransigente da democracia e a resistência aos intolerantes. 

Acima de tudo, esperamos todos que esse triste e trágico episódio sirva para arrefecer os ânimos e não para acirrá-los. O momento é mais do que propício para reaprendermos a arte do diálogo como um caminho necessário para a democracia e a paz.

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