Publicado no site do MPF.
O Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República Julio José Araujo Junior, se reuniu nesta sexta-feira (31) com o governador do estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel para pedir providências no combate à violência nos casos de intolerância religiosa contra comunidades de matriz africana na Baixada Fluminense. Entre os encaminhamentos da reunião, definiu-se a realização de um encontro com as lideranças religiosas do povo de santo e a adoção de medidas de reparação e responsabilização pelo governo em relação aos episódios já ocorridos.
O procurador relatou informações contidas no inquérito civil público que tramita na Procuradoria da República em São João de Meriti e mencionou as medidas que o MPF vem adotando para não só promover a liberdade religiosa e a valorização das comunidades de matriz africana, mas também assegurar a segurança e o respeito à vida de seus integrantes. Destacou que o governo do estado precisa oferecer respostas para garantir tranquilidade aos grupos, uma vez que há um cenário de muita preocupação e intranquilidade.
Também esteve presente na reunião o Babalawô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), representação civil no tema. Ele destacou o histórico de ódio religioso e ressaltou a necessidade de que o Estado ouça os representantes das comunidades, de forma a mostrar sua presença e indicar a realização de medidas.
Na reunião, o procurador entregou ao governador o relatório nacional sobre intolerância religiosa produzido pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, fruto de pesquisa do procurador da República Jaime Mitropoulos, no qual a Baixada Fluminense ocupa posição de destaque nesse tipo de violência.
Reuniões com Alerj e OAB – Na última quarta-feira (29), representantes do MPF já haviam se reunido com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado André Ceciliano, para também tratar dos casos de intolerância religiosa contra comunidades de matriz africana na Baixada Fluminense. Ficou definido que será realizada nova reunião na próxima semana junto à Secretaria de Polícia Civil para acompanhar a estruturação do órgão no enfrentamento de tal prática.
Na próxima segunda-feira (3), o MPF realiza encontro com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (RJ), Luciano Bandeira, para tratar do mesmo tema.
Foto principal: Revista Veja (ato realizado no Rio de Janeiro, em 2017).
Foto da matéria: Ascom/PRRJ