Articulistas, advogados, juízes do trabalho, membros do Ministério Público do Trabalho, pesquisadores, professores e sindicalistas apontam as contradições da proposta e apresentam à sociedade tanto o seu verdadeiro objetivo, como as suas nefastas consequências.
Poucos fenômenos políticos e sociais são tão incompreendidos como o da corrupção. As discussões a seu respeito costumam ser pautadas por pressupostos equivocados, baseados na crença em uma falsa oposição entre um Estado desonesto e ineficiente e um mercado idealizado, considerado o reino de todas as virtudes, como se não fossem ambos produtos humanos ambivalentes e interdependentes.
Também contribui para a incompreensão uma outra falsa oposição, entre um Brasil pré-moderno, marcado pela sobreposição das relações pessoais às institucionais e as nações ocidentais modernas, compostas por indivíduos impessoais, livres das contradições inerentes à existência humana, sendo a referida pré-modernidade alocada exclusivamente no âmbito do Estado e não no mercado, associado este, de arremate, à ideia de sociedade civil.
A construção teórica em que se baseiam mitos sobre a corrupção presentes no senso comum tem sido fortemente questionada atualmente, o que é necessário para que as raízes estruturais do problema sejam devidamente identificadas e enfrentadas.
Em um contexto de ataque à legalidade democrática em nome do combate à corrupção (o que não é incomum em nossa história), é louvável a iniciativa da Escola Paulista da Magistratura de promover curso de tão elevada qualidade e fomentar um debate necessário e urgente.
Maiores informações em Curso EPM – República, corrupção e estados de exceção.