“Nós perdemos a guerra. Nunca vi faltar maconha em lugar nenhum do país devido às nossas apreensões”

“Se 500Kg de maconha é uma pequena quantidade, então quanto passava por aqui quando era uma grande quantidade? Ele me respondeu: umas 20 toneladas por dia”

Por Martel Alexandre del Colle, no Justificando.

Ainda me lembro da sensação. Ver toda aquela droga, mais o dinheiro apreendido e os traficantes detidos. Ainda havia carregadores de pistola e balanças de precisão. Aquilo era o que chamam aqui no Paraná de “servição”. Lembro-me de ir até o rádio da viatura a avisar sobre todo o material apreendido. Lembro-me da sensação de acreditar estar mudando o mundo, fazendo algo útil, melhorando a vida das pessoas que moravam naquela comunidade e eram oprimidas por aqueles traficantes.

Trabalhava em uma cidade que figurava, e ainda figura, entre as cem mais violentas do País. Eu tinha uma ideia bem clara de que eu precisava me esforçar ao máximo para impedir uma certa gama de crimes que eu considerava os mais danosos. Dentre eles estavam: homicídio, estupro, tortura, uso de drogas e tráfico de drogas.

Homicídios são difíceis de prever. É preciso trabalhar com reforço positivo e não com prisões para se reduzir homicídios, mas isso era grego ou até Gaélico Escocês para grande parte das policiais militares na época (e ainda é uma linguagem de pouca compreensão nas polícias do Brasil em geral);

Estupros ocorrem – a sua maioria – dentro de casa e, geralmente, o autor é um parente que acaba sendo defendido pela própria família, forçando a vítima a esconder o ato como se ela fosse a culpada (e é por isso que as escolas devem ter em seus currículos a matéria de educação sexual. Afinal, a vítima pode ter um estuprador dentro de casa que não irá lhe ensinar a se defender, e nem a dizer que estupro é errado, que é crime. Se você quer que estupradores te agradeçam para sempre, crie alguma desculpa, como a “ideologia de gênero”, doutrinação do MEC, e outras baboseiras para proibir a educação sexual nas escolas e impedir que as vítimas se empoderem e denunciem o autor);

Tortura não é algo muito comum nas ruas. A gente ouve mais é de policiais que torturaram “bandidos” do que de criminosos que torturaram alguém.

Eu era um policial novo e inexperiente, logo, decidi atacar os crimes mais simples: tráfico e uso. Eu nunca fugi de uma ocorrência envolvendo os fatos acima, a questão é que essas atividades são mais difíceis de pegar, principalmente com o péssimo sistema de escalas alternadas entre dias e noites que muitas polícias militares ainda usam. Já está mais que provado o dano à saúde do policial por ficar alternando entre dia e noite. E é um sistema empiricamente burro, já que o policial não consegue instintivamente perceber quais são as horas e os locais, dentro do seu turno, em que o crime é mais plausível de acontecer – o tal do policiamento comunitário.

São essas coisas que me adoeceram. Eu me pergunto como tanta burrice pode existir dentro de um sistema depois do surgimento dos livros, da internet, da universidade? Não entra na minha cabeça. Mas eu tenho de me conformar, afinal, eu vivo no país onde cristãos ajudaram a eleger o Bolsonaro. Eu queria saber como eles encaixam o “bandido bom é bandido morto” com o “ama o teu próximo como a ti mesmo”. É como um suicídio. Eles matam o bandido e com isso se matam. Se eles parassem para refletir…

A apreensão narrada no início do texto foi a minha primeira de grande porte. E ela foi especial porque foi alcançada através de uma ação estratégica minha. O ponto de tráfico a que me refiro ficava na comunidade mais temida pelos policiais da área. Muitos policiais não entravam naquela comunidade, algo raro aqui no Paraná. Inúmeras vezes eu fui chamado para apoiar uma viatura que precisava atender uma ocorrência próxima àquele local. Ninguém queria entrar lá sozinho. As ocorrências lá eram escassas, havia boatos de que os traficantes coagiam a população a não ligar para a polícia em casos de emergência, a fim de manter o tráfico ocorrendo livremente. Os moradores diziam que quem ligava demais para a polícia acabava desaparecendo.

O ponto de tráfico dentro da comunidade não era difícil de localizar, mas era difícil de pegar. Ficava no final da comunidade e o local da entrega da droga era no final da rua mais extensa. Um ponto estratégico. Quando minha viatura tentava chegar até o ponto de tráfico, onde eu podia ver as pistolas nas mãos dos traficantes, eles corriam para um matagal e para as diversas casas. As equipes que tinham coragem para entrar lá não conseguiam nenhum resultado.

Eu me senti desafiado por aquele local. Comecei a ir naquela comunidade em todos os meus serviços, seja de dia ou de noite. Queria ver se era verdade o fato de os traficantes atirarem nas viaturas – na minha não atiraram, mas eu acompanhei o caso de um policial baleado lá. E me senti desafiado a desmontar um esquema de tráfico que parecia impossível e que coagia uma comunidade inteira às suas regras.

Estudei os mapas daquela comunidade, e percebi que havia um trajeto pelo matagal que chegaria muito próximo ao ponto de venda de drogas. Então eu escolhi um dia para a operação. Chamei as equipes locais e expliquei o que faríamos. Eu entrei com uma equipe pelo mato, enquanto outras equipes mantinham contato comigo por celular. Quando cheguei ao ponto que havia planejado, eu pedi para que as equipes entrassem na comunidade com as sirenes e giroflex ligados e fossem o mais rápido possível até o ponto de venda de drogas. Os traficantes viram aquilo como mais uma ação da qual eles tirariam sarro depois, mas dessa vez foi diferente. Quando eles começaram a fugir para o mato, para depois entrarem em algumas casas e sumirem, eu estava lá esperando-os.

Foram presos alguns traficantes e apreendida uma quantidade razoável de drogas e dinheiro. Senti-me como um prefeito de Palácio após vencer a batalha de Poitiers.

Tempos depois, fui transferido para Foz do Iguaçu. Eu pedi para ir para lá porque diziam que lá o crime acontecia com mais frequência. Lembro-me do primeiro carro que fugiu de uma equipe e nós fechamos o cerco até o motorista jogar o veículo em um milharal e abandoná-lo. O porta-malas continha cerca de 500kg de maconha. Eu me sentia o grande executor da segurança pública.

Se apreender drogas iria ajudar meu país a ser melhor e mais seguro, eu não pouparia esforços para alcançar este objetivo. Meus policiais são testemunha da quantidade de incursões a pé, de planos mirabolantes e noites de patrulha na fronteira com o Paraguai que nós executamos. Trabalhei com diversos tipos de policiais, mas eu gostava dos idealistas. Daqueles que sonhavam com um país mais seguro e que faziam o que estava ao seu alcance para dar segurança ao povo.

Acreditando que apreender drogas e traficantes faria do Brasil um lugar melhor, eu comecei a colher informações sobre o tráfico. Eu queria prender pequenos traficantes e grandes traficantes. E posso dizer que duas situações foram muito importantes para que eu começasse a entender por que essa guerra às drogas é inútil e não melhora a segurança pública.

A primeira foi a vez em que prendi um traficante por vender uma pedra de crack a um usuário. Nós fizemos uma incursão pelo mato que ficava atrás de uma comunidade e pegamos o momento exato da entrega da droga pelo traficante e da entrega do dinheiro pelo usuário. Abordamos os dois e demos voz de prisão. Eu me sentia o super-homem salvando o mundo mais uma vez. O quadro romântico foi perdendo o brilho conforme a ocorrência se desenrolava.

O traficante não era essa expressão pura do mal que muitos pintam por aí. Na verdade, era um garoto mais novo do que eu. Ele usava roupas com marcar famosas, mas que certamente eram falsificadas. Ou seja, um ser humano que queria se sentir importante, sentir-se alguém que não era excluído pelo sistema e tratado como um lixo. Talvez ele não quisesse se sentir como alguém que só tem serventia quando propicia a droga para todas as classes, mas sem aparecer. Sentir-se alguém que tem valor, alguém que faz falta se morto. Um ser humano.

Ele poderia estar trabalhando em algo que não fosse fora da lei? Poderia. Talvez. Quem daria emprego a alguém da comunidade como ele? E qual emprego? Quanto ele ganharia? Daria para sustentar a família dele? Não estou querendo justificar, eu apenas me lembrei que ele é humano. Talvez a família dele não tenha dado suporte para ele ir para a escola estudar, talvez ele tenha sido abusado na infância. Talvez. O que eu descobri, e que era certo, é que ele tinha uma família.

Enquanto fazíamos buscas nos arredores, procurando mais drogas, a esposa do traficante saiu de uma pequena casa ao lado de onde estávamos. Ela estava grávida. Uma mão segurava a barriga, a outra segurava a mão de uma menina de uns dois anos. Seres humanos. Ele devia saber do risco do tráfico, mas também devia saber do risco de ser criado na pobreza. Talvez ele tenha resolvido arriscar para ver se os filhos teriam mais oportunidades que ele. A esposa começou a chorar e a ofender a mim e aos policiais. Ela dizia que a gente só corria atrás de traficantes pequenos na favela. E dói ouvir umas verdades. Nunca prendi um traficante de alto nível, daqueles que nem coloca as mãos na droga. Sempre prendi gente que estava excluída da sociedade há muito tempo. Gente que a gente só se lembra pra dizer que “bandido bom é bandido morto”.

Eu olhei para os olhos dela e pude ler o desespero. O desespero de ver o seu companheiro, o pai dos seus filhos, sendo preso. Preso em um sistema que não irá fazer dele uma pessoa melhor, que não lhe daria uma segunda chance. O desespero de não saber como iria alimentar as duas crianças. O desespero de estar abandonada por todos a sua volta. Eles não eram dois santos. Não quero beatificar o casal. Eu só acho que eles eram humanos. Humanos que têm sonhos, esperanças, dores. Levamos o rapaz preso.

Cheguei à delegacia e, tempos depois, a esposa dele chegou. Ela saiu pela comunidade pedindo ajuda até que alguém lhe deu carona até a delegacia. Enquanto fazíamos os documentos, ela ficou em pé, o mais próximo do marido que ela podia ficar. A barriga dela já estava bem grande e eu trouxe uma cadeira para ela se sentar. Novamente ela falou com os olhos. Ela jamais esperaria que um policial trouxesse uma cadeira para ela. Ela sabia que para o Estado ela não era gente, ela era a mulher de um traficante. O traficante viu tudo isso, mas ficou em silêncio.

Quando fui levar ele até o escrivão, ele olhou para mim e disse: Obrigado pelo que você fez. E aqui novamente caiu o estereótipo. Ele não era um monstro malvadão que andava por aí em busca de mais um ato cruel. Ele era um humano. Capaz de reconhecer uma boa atitude. Capaz de reconhecer que muita gente não é só a caricatura que a sociedade cria. E eu me pergunto quantas vezes ele recebeu uma atitude assim de alguém?

Uma parte boa de ser policial é destruir estereótipos, se você é um policial corajoso.

A droga apreendida devia custar uns cinco reais. O custo para o estado para pagar os policiais envolvidos na apreensão, as viaturas, a energia, o papel e tudo mais, certamente era da casa dos milhares. E essa prisão mudou algo? Não. Certamente, outro traficante entrou no lugar dele no mesmo dia. Aquele traficante foi para uma prisão que não lhe fará nenhum bem e ainda deixou uma família mais desestruturado do que já era. O usuário não foi encaminhado para nenhum tratamento e terá uma crise mais forte de abstinência de sua droga. O que eu tinha feito?

Eu me desanimei do foco em pequenos traficantes. Eles eram mais vítimas que culpados. Decidi ir atrás dos grandes traficantes. Já dei spoiler de que eu não peguei nenhum, mas acho que a história é boa para a análise.

Reuni meus policiais e pedi para que eles colhessem informações sobre grandes movimentos de tráfico e grandes traficantes. Um desses policiais já trabalhara em um setor de investigação de tráfico e possuía alguns informantes. Parecia-me um bom começo. Ele se lembrou de um informante que morava numa cidade próxima a Foz do Iguaçu. Fomos atrás dele e, para minha felicidade, o encontramos.

Existe todo um ritual para se falar com um informante, outra coisa que aprendi nas ruas. A conversa geralmente começa com conteúdos irrelevantes, do tipo: como vai? E a família? Está viajando bastante? Mora por aqui ainda? E assim por diante. Achava isso engraçado. Depois do ritual, fomos as perguntas relevantes. Como está o tráfico de drogas por aqui? Quando a droga saí? Por onde?

As respostas do informante foram surpreendentes. Ele nos disse que naquela cidade o movimento dos traficantes estava meio fraco. Aquela parte do rio estava sendo mais utilizada por contrabandistas, e só uma pequena quantidade de droga passava por ali. Segundo ele, a quantidade era tão pequena que não valeria o nosso esforço.

Eu fiquei curioso para saber a quantidade de droga que ainda passava por ali e lhe questionei sobre isso. Ele disse que a quantidade era mínima, cerca de quinhentos quilos por dia. Não sei se eu consegui conter meu espanto naquela hora. Ele estava falando de 500Kg de maconha como se isso não fosse nada. Naturalmente, a pergunta que eu fiz depois dessa resposta foi: Se 500Kg é uma pequena quantidade, então quanto passava por aqui quando era uma grande quantidade? Ele me respondeu: umas 20 toneladas por dia.

20 toneladas por dia. Acho que as polícias de Foz não pegavam isso em um ano. Nós gastávamos uma quantidade enorme de efetivo e dinheiro público para enxugar gelo. O informante poderia estar mentindo, poderia estar equivocado nas quantidades. Como saber? Mas o fato é que eu nunca vi faltar maconha em lugar nenhum do país devido às nossas apreensões.

Em resumo: Prendíamos pequenos traficantes que são mais vítimas de um sistema do que autores; não pegávamos grandes traficantes (aqueles que dão dinheiro para campanhas de políticos para esses políticos manterem a criminalização das drogas e lançarem projetos de legalização das milícias); e ainda fazíamos a sociedade pagar o preço da guerra às drogas.

Existe uma diferença entre os efeitos causados pelas drogas e os efeitos causados pela guerra às drogas. E essa diferença é muito importante. Existem efeitos ruins causados pelas drogas, como vício, problemas de saúde e crime (apesar de que o número de usuários de drogas que recorrem ao crime é muito baixo, como mostram os dados de pesquisas no mundo todo, diferentemente do que o pinga-sangue do meio-dia quer fazer você acreditar). Mas esses danos são um ralado no joelho perto do tiro no coração que é a guerra às drogas.

A guerra às drogas causa a morte de centenas de policiais por ano. Causa a morte de milhares de pessoas por ano. Causa uma gigantesca rede de corrupção que se espalha pelo legislativo, pelo executivo e pelo judiciário. E tal guerra é importantíssima, afinal a guerra sempre é lucrativa para alguém.

O noticiário usa a violência causada pela guerra às drogas para te prender na frente da televisão e te fazer assistir os comerciais. Além de manipular a sua linha de raciocínio a ponto de ter gente que acha que os traficantes forçam as pessoas a usar drogas, mas culpam o usuário afirmando que só usa droga quem quer. Vai entender.

Os grandes traficantes lucram porque a droga, por ser ilegal, tem uma margem de lucro absurda. Tão grande que ele pode seduzir os adolescentes e jovens, que não veem muita esperança de sucesso na vida, a entrar no esquema do tráfico. Esses jovens são presos ou mortos, enquanto o grande traficante se delicia em algum restaurante caro na área nobre da sua cidade.

O político corrupto lucra porque ganha poder de barganha. Ele diz para o traficante que se for eleito conseguirá manter as drogas ilegais, e com isso manter os lucros do traficante. Logo, o traficante só precisa bancar a campanha política dele e comprar alguns votos em comunidades comandadas por milícias ou pelo próprio tráfico (a propósito, tem uma família famosa no Brasil que adora milícias e que já elegeu quase o quadro familiar todo).

A indústria do armamento lucra. A indústria internacional lucra vendendo armas para as milícias e para os traficantes ilegalmente. É o fuzil que você vê no noticiário. A indústria legal ganha dinheiro vendendo armas para os cidadãos que não enxergam solução no meio desse caos. Também lucram com o afrouxamento dos requisitos para que uma pessoa adquira uma arma de fogo, além de venderam mais armas para as polícias, já que na guerra às drogas precisamos de armas de guerra.

Aqui a mídia da uma forcinha também, omitindo da população que as chances de você sobreviver a um assalto caem drasticamente se você estiver armado. Tem até um político que defende armar a população, mas teve sua arma roubada e não pode fazer nada. Ainda deu uma entrevista no programa Roda Viva dizendo que uns policiais pegaram a arma novamente e o assaltante morreu. Todos os policiais operacionais devem ter sentido o cheiro de execução no ar e de um acordo com milícias para que, sem mais nem menos, um grupo de policial tenha ido buscar uma única arma.

Os autores de outros crimes, como homicídios, estupros, e outros, lucram, pois a polícia gasta uma quantidade enorme de policiais para apreender drogas enquanto não estuda formas de chegar até esses autores.

Os oficiais incompetentes lucram porque a polícia não precisa apresentar dados, nem resultados no meio de tanta bagunça. Convido-lhe a entrar no site da polícia da Nova Zelândia, de Los Angeles, do Canadá e ver polícias preocupadas com a avaliação da população quanto as serviços prestados, polícias preocupadas com a avaliação que os policiais dão sobre o tratamento que recebem dentro da corporação, polícias colocando publicamente metas a se alcançar na segurança pública, polícias com planos para daqui quatro anos (pergunte para um policial brasileiro qual é o plano da polícia em que ele trabalha para daqui quatro anos). As polícias militares daqui adoram esconder suas feridas, e as melhores do mundo expõe todos os dados em sites que podem ser vistos aqui do Brasil. Por que será?

Vocês querem descobrir como são as polícias militares do Brasil? Dica: façam uma pesquisa de satisfação com os soldados. Perguntem a eles se eles estão satisfeitos, se eles já viram algum tipo de corrupção, se são bem tratados, etc.

Acho que o meu relato pode ajudar você, caro leitor, a ter mais material para definir se vale a pena continuar investindo nesse sistema caótico e ineficiente de proporcionar “segurança pública” e guerrear contra as drogas. Eu ainda recomendo dois livros: Um preço muito Alto, do pós-doutor Carl Hart; e Drogas – histórias que não te contaram, da empática Ilona Szabó.

Gostaria, por fim, de compartilhar uma indicação que me deram: o livro “O direito Penal da Guerra as Drogas”, do Luís Carlos Valois. Estou com ele aqui em casa, mas ainda não o li, portanto, fica uma indicação menos comprometida, porém valiosa.

Martel Alexandre del Colle tem 28 anos e é policial há 10 anos. É aspirante a Oficial da Polícia militar do Paraná.


Foto: Tulio Micheli/Boca no Trombone (maconha apreendida em Uberaba).

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