Por Daniel Serra Azul Guimarães, no GGN.
(…) toda correspondência referente ao assunto ficava sujeita a rígidas ‘regras de linguagem’, e, exceto nos relatórios dos Einsatzgruppen, é raro encontrar documentos em que ocorram palavras ousadas como ‘extermínio’, ‘eliminação’ ou ‘assassinato’. Os codinomes prescritos para o assassinato eram ‘solução final’, ‘evacuação’ (Aussiedlung), e ‘tratamento especial’ (Sonderbehandlung); a deportação – a menos que envolvesse judeus enviados para Theresienstadt, o ‘Gueto dos Velhos’ para judeus privilegiados, caso em que se usava ‘mudança de residência’ – recebia os nomes de ‘reassentamento’ (Umsiedlung) e ‘Trabalho no Leste’ (Arbeitsensatz im Osten) (…)” (ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém – Um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 100).